Vender, vender, vender!
Dizem que todos nós, independente da profissão, seremos vendedores em algum momento de nossas vidas. Não somente o ato de vender um objeto, mas saber conduzir uma conversa buscando vender uma ideia para convencer o ouvinte de comprar algo, ou até mesmo você.
Sempre achei que sairia ileso dessa estatística, grande erro.
Nunca fui muito comunicativo quando criança, e os anos seguintes não melhoraram muito essa característica.
Como o meu primeiro emprego foi uma continuação do meu estágio da faculdade, e nele permaneci durante 10 anos, não tive a menor preocupação de desenvolver essa habilidade.
Ainda mais estando na zona de conforto. Você acaba em uma rotina super tranquila, conhecendo todos da empresa e fica despreocupado. Ainda mais se no seu trabalho não tem muito para onde crescer.
Hoje o cenário é outro, saí da zona de conforto, deixei a estabilidade e o comodismo de lado para procurar algo que fosse valer a pena.
Não ter uma expectativa de crescimento, e saber que jamais seria valorizado no lugar que eu estava, foi o estopim para sair e ficar desempregado.
Pois é, demorei muito para perceber isso. Mais ou menos uns 10 anos. kkk
Então, sempre repetia pra mim mesmo, “estou dando um passo para trás, para poder dar dois para frente, ou até mesmo para poder saltar”.
Entrevista
Então, é nesse ponto que o desconhecido me assombra, praticamente nunca fiz uma entrevista de emprego.
Tenho zero experiência em “vender meu peixe”.
Não sei o que normalmente é perguntado, não sei o que é esperado que eu diga, não sei convencer ou impressionar. Simplesmente, não sei.
Fiquei muito assustado só de pensar nisso, no começo do ano. Janeiro foi o primeiro mês de desempregado.
Quem dera se eu já fosse FIRE, logicamente os dividendos estão ajudando a pagar as cotas, mas não tem jeito. A reserva de emergência existe exatamente para situações como essa.
Enfim, comecei o ano contando uma mentira pra mim mesmo, “trabalhei 10 anos seguidos na mesma empresa, eu mereço um tempo para relaxar”.
Na verdade, no fundo da minha cabeça estava só a ansiedade igual ao filme “divertidamente 2”. Totalmente desesperado.
Procrastinação
O mais confortável no momento foi mentir pra mim mesmo, tentar relaxar e procrastinar a responsabilidade da vida.
Então, o seguro desemprego vem e encaixa como uma luva, sendo a desculpa perfeita para perder tempo.
Os melhores meses de um desempregado.
Inconscientemente eu estava desligando meu cérebro. Relaxava 100% e até era divertido conversar com amigos e contar que estava desempregado.
O que chocava a todos, já que era mais de uma década no mesmo lugar.
Mas gente, o tempo passa, passa tão rápido que em um piscar de olhos, chegou ao fim a quinta parcela do seguro desemprego.
Foi ai, mais ou menos em junho que a água bateu na bunda. Tudo mudou, e o desespero chegou.
Desde então, jogo currículo todos os dias para dezenas de vagas. Sou cadastrado em todos os sites de busca de empregos. No meu e-mail, todos os dias chegam mais de 30 cartinhas com vagas para o Brasil todo.
Sim, sou do Rio mas estava aplicando para qualquer lugar, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Curitiba…
O temido momento da venda.
Foi questão de tempo até receber um convite para a primeira entrevista. Demorou mas veio.
Logicamente, depois de muitos e-mails automáticos com respostas negativas, dizendo que meu currículo não se enquadrava para a vaga, veio uma oportunidade de participar de uma entrevista.
Umas oito pessoas participando ao mesmo tempo para falar com um único profissional de RH.
Durou quase uma hora para chegar a minha vez, mesmo a culpa sendo minha, pois queria ser um dos últimos já que não tinha experiência com entrevistas e estava zero confiante.
Escutei a história de todos os outros candidatos, e quando chegou a minha vez de falar, o meu microfone não estava funcionando.
Fica ai então meu primeiro aprendizado, e o que dali pra frente fiz em todas as outras entrevistas, sempre testar os fones e microfones antes da entrevista.
Comecei sempre a ligar para minha mulher antes para testar.
Infelizmente, não foi dessa vez que passei, até porque eu não consegui consertar o equipamento e sai da entrevista.
A perfeição da prática
Então, chegamos no momento atual. E como o estereótipo dessas frases feitas são verdade.
No presente momento, sou uma pessoa completamente diferente do de junho de 2024.
Depois de muita prática, me sinto muito mais seguro e bem preparado. As entrevistas tornaram-se conversas agradáveis e descontraídas.
Fiz mais ou menos uns oito a nove processos seletivos, com entrevistas junto ao RH e depois com os gestores (supervisores e coordenadores).
E venho hoje, agradecer a toda energia positiva que vocês emanaram nos comentários e nos pensamentos de todos que acompanham o blog.
Fiz minha última entrevista na segunda passada, e o resultado saiu na sexta…
Não estou mais desempregado!!
Então pessoal, caso você esteja em uma situação parecida, não desista. Mais cedo ou mais tarde acontecerá.
Grande abraço.
Muita força e ótimos investimentos para todos.
YOUTUBE:
Parabéns, segue a jornada.
Esse breve período de procrastinação que você passou, algumas pessoas passam a vida toda. Levam a vida no automático, anestesiadas, nunca pensam no futuro. Mas o futuro chega, com o peso de uma marreta.
Abraços.
Fala Mendigo!
Muito Obrigado pela energia positiva e por acompanhar o blog.
Estou muito feliz!
Infelizmente, é muito fácil viver na inércia, levando uma vida na “banguela”.
Precisamos alertar ao máximo de pessoas possíveis, para tentar melhorar suas vidas, tentar ganhar mais, poupar mais e investir, para não ter dor de cabeça lá na frente.
Pois uma coisa é certa, o tempo vai passar de qualquer jeito, então que seja um futuro próspero do que um futuro pobre.
Grande abraço meu amigo.