Rumo aos 300k: evolução da carteira, oscilações recentes
Desde o último post, em que compartilhei minha caminhada rumo aos R$ 300 mil investidos, a carteira passou por mudanças relevantes — tanto em valores quanto na composição.
Neste texto, quero analisar como foi o desempenho nos últimos meses, o que puxou os resultados para cima ou para baixo e como o cenário macroeconômico ajuda a explicar essas oscilações.
Segue minha carteira hoje:
Patrimônio atual (Dezembro):
R$ 231.857,29
Ultimo mês (Junho): R$ 232.463,31 (R$: -606,02 ) -0,26%
Carteira

Atualmente, a carteira está distribuída da seguinte forma:
Ações: 36,20% — saldo de R$ 83.935,94
Fundos Imobiliários (FIIs): 32,38% — saldo de R$ 75.086,23
Criptomoedas: 14,73% — saldo de R$ 34.149,48
Fundos de investimento: 10,45% — saldo de R$ 24.227,79
Tesouro Direto: 6,24% — saldo de R$ 14.457,83
Evolução geral da carteira
Comparando a composição da carteira em junho com a posição atual, é possível observar mudanças importantes na alocação entre as classes de ativos, refletindo tanto novas decisões estratégicas quanto os efeitos do cenário macroeconômico e da performance individual de cada classe.
Ações: atualmente representam 36,20% da carteira, frente a 33,54% em junho, uma variação de +2,66%.
Esse aumento reflete novos aportes e também uma valorização relevante do mercado acionário brasileiro nos últimos meses, impulsionada principalmente por expectativas de cortes graduais na taxa de juros, melhora no fluxo estrangeiro e resultados corporativos mais resilientes do que o esperado.Fundos Imobiliários (FIIs): passaram de 32,67% para 32,38%, uma leve variação de -0,29%.
Apesar da estabilidade na alocação, o período foi marcado por maior volatilidade no setor, pressionado por juros ainda elevados e revisões de expectativas quanto à velocidade do ciclo de afrouxamento monetário. Mesmo assim, os proventos continuam exercendo papel importante na estratégia de renda da carteira.Criptomoedas: reduziram participação de 16,76% para 14,73%, uma queda de -2,03%.
Essa diminuição está muito mais ligada à forte valorização anterior — que elevou significativamente o peso da classe em junho — e a um movimento natural de acomodação dos preços, além de uma maior diversificação para outras classes com perfil mais defensivo no curto prazo.Tesouro Direto: caiu de 8,93% para 6,24%, uma variação de -2,69%.
Essa redução reflete tanto resgates quanto uma priorização maior de ativos de risco no período, em um contexto de inflação mais controlada e expectativa de melhora gradual das condições financeiras.Fundos de investimento: apresentaram crescimento relevante, saindo de 8,10% para 10,45%, um aumento de +2,35%.
O avanço dessa classe está diretamente relacionado à forte rentabilidade acumulada e à estratégia de exposição a gestores e teses que buscam capturar oportunidades específicas de mercado.
No conjunto, a carteira mostra uma migração gradual para ativos de maior risco, especialmente ações e fundos, aproveitando um cenário macroeconômico mais construtivo, enquanto mantém uma diversificação saudável entre renda variável, renda recorrente e proteção via renda fixa.
Ações: crescimento consistente, mas com volatilidade

Nas ações, os números chamam atenção:
Valor aplicado: R$ 72.129,59
Saldo bruto: R$ 79.651,59
Resultado: +R$ 7.522,01
Rentabilidade: +10,43%
Proventos recebidos: R$ 11.688,81
Yield on cost: 16,21%
Em relação ao último post, dá para perceber que as ações continuaram cumprindo bem seu papel, principalmente pelo efeito combinado de valorização + dividendos.
O que explica esse desempenho?
No campo macroeconômico, o mercado começou a antecipar ciclos futuros de corte de juros, mesmo que a Selic ainda esteja em patamar elevado.
Isso favorece:
empresas mais resilientes,
ações com bom histórico de geração de caixa,
e papéis pagadores de dividendos, que ficam mais atrativos quando há expectativa de queda dos juros à frente.
Ao mesmo tempo, a volatilidade segue alta, refletindo:
incertezas fiscais no Brasil,
ruídos políticos,
e um cenário global ainda apertado, com juros elevados lá fora.
Fundos Imobiliários: renda forte, mas pressão no preço

Nos FIIs, o comportamento foi mais misto:
Valor aplicado: R$ 85.049,04
Saldo bruto: R$ 75.080,57
Resultado sem proventos: -R$ 9.968,47 (-11,72%)
Proventos distribuídos: R$ 21.937,43
Resultado com proventos: +R$ 11.968,96 (+14,07%)
Aqui fica claro algo que comentei também no último texto:
👉 FIIs sofrem no preço quando os juros estão altos, mas compensam via renda.
Mesmo com a desvalorização das cotas, os rendimentos mensais ajudaram a:
amortecer as quedas,
melhorar o resultado total,
e reforçar a estratégia de longo prazo focada em renda.
FIIs por setor: diversificação bem distribuída

A distribuição setorial dos FIIs mostra um equilíbrio interessante:
Logística: 14,37%
Shopping: 14,53%
Recebíveis: 15,68%
Multiestratégia: 15,72%
Indefinido: 10,47%
Agronegócio: 11,09%
Outros: 18,14%
Essa diversificação ajuda a reduzir riscos específicos, principalmente em um cenário de:
inflação ainda pressionada,
crédito mais caro,
e crescimento econômico moderado.
Proventos

Ações: +R$: 989,80 (62,15% dos proventos do mês de Dezembro)
FIIs: +R$: 675,62 (37,85% dos proventos do mês de Dezembro)
Proventos totais (ações+FIIs): R$ 1.592,65
Com relação aos proventos, foi notório a grande diferença para os últimos meses. Depois que foi anunciado a taxação dos dividendos, as empresas buscaram distribuir o que conseguiam antes do final do ano para diminuir a carga tributária.
Então, o mês de dezembro passo a ser o mês recorde. Em janeiro poderemos ir as compras e aproveitar boas oportunidades.
Criptomoedas e fundos: os grandes destaques da carteira
Voltando à divisão geral, dois pontos chamam atenção:
Criptomoedas: rentabilidade da categoria de +105,71%
Fundos de investimento: rentabilidade de +138,92%
Esses números mostram como ativos de maior risco, quando bem posicionados e com tempo, podem alavancar significativamente o patrimônio.
Por outro lado, reforçam a importância de controle emocional e disciplina, já que são classes muito mais voláteis.

Nos fundos, a divisão está concentrada basicamente entre:
Tarpon GT: ~53%
XP Fundo Mútuo de Privatização: ~47%
Ambos com perfil mais agressivo e sensível ao ciclo econômico — o que explica parte da forte valorização recente, especialmente em um mercado que começa a precificar melhora à frente.
Renda fixa: 8,93% da carteira (R$ 20.769,38)
Conclusão
Disciplina hoje, liberdade amanhã
As oscilações da carteira nos últimos meses fazem bastante sentido quando olhamos o contexto:
Juros altos no presente, mas expectativa de cortes no médio prazo
Renda variável pressionada no curto prazo, mas com valuation mais atrativo
FIIs sofrendo no preço, porém entregando renda forte
Ativos de risco se destacando, impulsionados por antecipação de ciclo
Nada disso elimina a volatilidade, mas ajuda a entender que os movimentos não são aleatórios.
A cada novo acompanhamento da carteira, fica mais evidente que investir não é sobre acertar o “timing perfeito”, mas sobre construir hábitos sólidos ao longo do tempo. Essa jornada tem sido, acima de tudo, um processo contínuo de educação financeira: aprender a lidar com a volatilidade, entender os ciclos da economia e, principalmente, respeitar o próprio perfil e objetivos.
Nem todos os meses serão fáceis ou positivos, mas a constância nos aportes, o reinvestimento dos rendimentos e a visão de longo prazo fazem toda a diferença.
O objetivo de alcançar os R$ 300 mil segue firme como um marco importante, não apenas pelo número em si, mas pelo que ele representa: mais autonomia, mais opções e mais tranquilidade no futuro.
Seguimos em frente, um passo de cada vez, deixando o tempo, os juros compostos e o aprendizado trabalharem a nosso favor.
Grande abraço.
Muita força e ótimos investimentos para todos.
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